quarta-feira, 17 de julho de 2019

Sobre a Alinne, sobre a Camilla.

Acredito que boa parte das pessoas souberam sobre o caso da Alinne, que pra mim não é um simples "caso". Alguém de fato já parou para pensar no que essa menina viveu ou ao menos tentou se colocar do outro lado. Você já se perguntou o que faria?

Eu pensei, eu penso. Não sou melhor que ninguém. Meu Deus, longe disso! E, só ele sabe o quanto sou falha e já estive dos dois lados.

Era uma vida! Alguém já se perguntou quantas Alinnes existem e SENTEM?
Alguém já esteve do outro lado e policiou suas palavras?

Ninguém é perfeito, ninguém é santo! Não vivenciei o que ela viveu. O que eu vivi está bem longe do que ela viveu, mas eu senti e me marcou tanto. Todo mundo tem uma história própria e única, algo pra contar. Compartilhar a própria história é um privilégio, um ato de amor e muitas vezes de escape . E em outras, muitas outras, um risco GRANDE, por que não sabemos como o outro lado está interpretando.

Foram noites tomadas por um sentimento jamais sentido antes.
Foram dias que me sufocaram.
São dias que tento recordar uma menina que não existe mais.
Foram sentimentos que até hoje me aterrorizam.
São sentimentos que ainda estou conhecendo.
Foi uma vivência que moldou parte do meu eu de agora.
São medos que me perseguem.
Foi um aprendizado que me tornou melhor.
São dias que me fazem ser melhor.
Foram palavras que ainda hoje martelam minha cabeça.
São textos que quero aprender a escrever melhor pra mim, por alguém.
Li coisas, indiretas, recebi mensagens "pare de fingir", "pq vc tá se fazendo de vitima", " vc fez de propósito" "Ela só quer aparecer", "olha, lá a modelo da ......"
Do outro lado eu li, ouvi, vi. Machucou e ainda dói. Não tô aqui comparando. Mas consigo imaginar.
Foram facadas que deixaram feridas.
São suturas que aprendi a fazer.
É um medo de confiar nas pessoas.
É uma coragem em querer ajudar as pessoas.
É um medo de mostrar o que sinto.
É um grito preso querendo ser liberto para ser dito.
Medo do que vão pensar sobre o que sinto.
Meu medo...
de sentir, falar e mostrar.
Minha coragem em tentar
Seguir e mudar. Mostrar.

Escrever sempre foi o meu escape, a maior parte ainda está guardado só pra mim. Vezes aqui em forma de rascunho, no bloco de notas do celular ou mentalmente e até em um papel amassado perdido no fundo da mochila. Um escape, uma forma de falar sem chorar. Uma vontade de ser lida e entendida. Será que ela pensava assim também?

Queria contar que já mudei muito de opinião na vida. SOBRE TUDO, inclusive sobre mim. E acho a mudança uma coisa linda. Então vamos juntos pensar em mudanças positivas e fazer desse mundo um lugar mais agradável de ser vivido. Já existe tanta dor. Ás vezes, tem alguém do outro lado que só quer ser entendido e não julgado.


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