Resenha Livro: A Mais Pura Verdade

SÉRIE: Volume Único
AUTOR: Dan Gemeinhart
EDITORA:
CONCEITO: 5 estrelas

A mais pura verdade é aquele tipo de livro que consegue te arrancar várias sensações e descobrir sentimentos diferentes. Um misto de aventura com conflitos interno, um toque de lamentos, amor, coragem e o valor da amizade.

Confesso que amo e odeio esse livro, essa é a mais pura verdade. Ele arrancou sorrisos frouxos de mim, muitas lágrimas e um disparar no coração que ainda não sei explicar. Foi uma leitura deliciosa e envolvente. O livro tem como base uma reflexão  autentica sobre o câncer, um assunto "pesado" para uma escrita leve e tocante, trazendo consigo uma reflexão fascinante, fazendo com que o leitor viva a história, sinta o medo e a angústia do protagonista. Narrado por dois pontos de vista diferentes, o de Mark e o de Jessie sua melhor amiga, que guardou seu segredo por muito tempo ao decorrer da história.

Mark é um menino de doze anos, que tem um grande sonho: Chegar ao topo do Monte Rainier. ele também tem um desafio:  Provar que consegue realizar esse sonho, para todos, para a melhor amiga, a ele mesmo e principalmente ao câncer. Encontrei emoção? Sim, encontrei. Ao me deparar com o sofrimento de Mark, fiquei imersa em um sentimento agoniante de  " mas pra que isso?"

Por diversas vezes fiquei irritada, brava mesmo. Como pode tanto egoismo em uma criança? (se ao menos o mundo em em torno dela tivesse a tratado a tal ponto, mas não...) Eu não entendia a razão dele abandonar, sua casa, seus pais amorosos que faziam TUDO por ele, que o amavam profundamente, que sofriam com ele...Por quê?  Ainda fez com que Jessie escondesse a verdade de todos, fazendo a melhor amiga sofrer também. Foi difícil não ficar com raiva dele a maior parte do tempo, porque acabei me apegando a ele, queria proteger, abraçar e não deixar que nada de ruim acontecesse com ele e foi assim que comecei a ficar dividida  entre a dor de Mark e suas ações que também me machucavam, sim, machucaram, e também a outros personagens. 

No inicio não conseguia compreender a atitude dele em querer "fugir", mas a medida que a história foi se desenrolando os sentimentos eclodindo e tudo começa a ficar claro. Claro que fica, ele não é só um garotinho doente e confuso. Ele tem um sonho, e só quem sonha, sabe quão grande é o anseio em realizar. O sonho não era somente composto em chegar ao topo do Monte Rainier. O desejo de sentir-se livre é algo notável em Mark, ele precisava disso, vivenciar isso.

Esse garotinho teimoso, que me fez sentir raiva e amor, termina o livro me deixando um enorme sentimento de orgulho, por sua coragem e determinação. Ele não queria fugir de TUDO e sim de si mesmo, ele sabia que a cada minuto o câncer  o matava um pouco mais, odiava o tempo, pois com os minutos morria um pedacinho do seu futuro. Ele não foi egoísta, só estava cansado de ver as pessoas que amava sofrendo. Ele sabia que não tinha escolha, sabia seu destino. Não tinha como controlar, porém tinha uma única escolha a seu alcance, escolher como iria morrer. Nessa aventura levou consigo um caderno, uma máquina fotográfica, seus remédios, um pouco de dinheiro e seu melhor amigo, seu cachorro Beau.

Frases: 

"Mesmo a muitos quilômetros de distância, um amigo ainda pode segurar sua mão e estar ao seu lado."

"A vida é um saco. Essa é a mais pura verdade. Mais uma coisa que eu não entendo: por que todo mundo sempre tenta fingir ser o que não é?"

"Esse era o tipo de amizade que tinham. Ela sentia a dor dele."

“O mundo inteiro é uma tempestade, eu acho, e todos nós nos perdemos em algum momento. Vamos atrás de montanhas no meio das nuvens para que tudo pareça valer a pena, como se isso tivesse algum significado. E, ás vezes, nós as encontramos. E seguimos em frente”.

"Mentir para pessoas boas sempre dá uma sensação ruim. Mas era preciso. Então, foi o que eu fiz."

“(...). Mas é o que ele tem. E os hospitais são um saco. E os tratamentos são um saco. Os amigos vendo tudo isso são um saco. Ver seus pais chorarem é um saco. Então, talvez ele só queira escalar uma montanha e desaparecer.

"Às vezes, chorar é mais fácil quando alguém chora com você. Mas outras vezes só torna a situação ainda pior."

"Como ajudar quando ajudar e ferir são a mesma coisa?"

"Morrer e viver. é tudo uma bagunça."

"Viver com medo não é jeito de se viver."